quarta-feira, 16 de maio de 2012

Após impasse, Grécia vai ter novas eleições legislativas em 17 de junho


As novas eleições legislativas na Gréciavão ocorrer em 17 de junho.
Até lá, o cargo de primeiro-ministro vai ser ocupado interinamente poelo juiz Panayiotis Pikramenos, atual presidente do Conselho de Estado, segundo a agência semioficial Ana.
A realização de novas eleições no país em crise foi definida na véspera, após mais de uma semana de tentativas infrutíferas de acordo dos partidos para formar uma coalizão de governo após a votação de 6 de maio, que registrou surpreendente crescimento da esquerda e dos partidos extremistas.
Não houve acordo possível entre os países favoráveis e os contrários à manutenção do plano de austeridade imposto por União Europeia e FMI à endividada Grécia, em troca de ajuda financeira.
O impasse político na Grécia preocupa os países europeus e os mercados internacionais, com a perspectiva de que um governo antiausteridade possa decidir retirar a Grécia da zona do euro.
Gregos retiram dinheiro de caixa eletrônico nesta quarta-feira (16) em Atenas (Foto: Reuters)

Fotos aéreas revelam extremos da paisagem da Islândia


Imagens feitas a quase 3 mil metros de altura pelo casal de fotógrafos Erlend e Orsolya Haarberg revelam os extremos da paisagem da Islândia.
Para fotografar de vulcões e águas termais à maior geleira da Europa, os dois escalaram montanhas, enfrentaram terrenos difíceis e viajaram em uma pequena aeronave.
'Tivemos de esperar dois meses por um dia que não estivesse nublado ou com chuva. Então, quando acordamos e vimos o sol, sabíamos que tínhamos que voar o mais rapidamente possível, antes que o tempo virasse', disse Orsolya, que é norueguesa.
Seu marido Erlend tirou as fotografias aéreas, enquanto ela guiava o piloto do fundo do avião. Em cinco horas no ar, eles cobriram o país inteiro.
'Foi uma programação apertada. Num minuto, estávamos fotografando uma erupção no vulcão Eyjafjallajökull, no próximo, estávamos sobrevoando a maior geleira da Europa, Vatnajökull.'
Relâmpagos em meio a uma nuvem de cinzas do vulcão Eyjafjallajokull (Foto: Haarberg Photography/Barcroft Media)Relâmpagos em meio a uma nuvem de cinzas do vulcão Eyjafjallajokull (Foto: Haarberg Photography/Barcroft Media)
O casal diz que tenta mostrar a Islândia de um ângulo que normalmente não é visto pelos turistas.
'As pessoas ficam impressionadas pelas imagens aéreas abstratas, provavelmente porque elas são quase alienígenas', diz Orsolya, que junto com o marido, acaba de publicar um livro de fotografias - Iceland: Land of Contrast (ou Islândia: Terra de Contrastes) - para documentar suas viagens pela Islândia.
Rio sinuoso cruza a praia de areias cinzas de Landeyjarsandur (Foto: Haarberg Photography/Barcroft Media)Rio sinuoso cruza a praia de areias cinzas de Landeyjarsandur (Foto: Haarberg Photography/Barcroft Media)

Crise política na Grécia domina atenções dos mercados


O agravamento da crise política grega, que resultou em convocação de novas eleições, dita o ritmo desta quarta-feira. Os mercados de todo o mundo reagem mal à dificuldade da Grécia de implementar medidas de austeridade e às repercussões da crise da dívida grega e de outros países europeus sobre a unidade da zona do euro. A influência dessas notícias fez bolsas da Ásia fechar em forte queda e provoca perdas nas principais praças da Europa, conseguindo ofuscar indicadores econômicos favoráveis vindos dos Estados Unidos e da própria zona do euro.
Por exemplo, o bloco econômico registrou em março um superávit comercial de 8,6 bilhões de euros, acima do esperado. A inflação ao consumidor foi de 0,5% em abril - na comparação com março - e 2,6% no acumulado em 12 meses, em linha com o esperado. No Reino Unido, a taxa de desemprego caiu para 8,2% nos três meses até março, baixa de 0,2 ponto percentual na comparação com o período de três meses até dezembro. Todos esses dados foram divulgados nesta manhã.
Os mercados mundiais também voltam suas atenões ao pronunciamento do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, às 10h (horário de Brasília). Draghi deve discorrer sobre o tema 'Política monetária em tempos não convencionais' em um evento em Frankfurt.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (banco central do país) divulga a ata do encontro do comitê de política monetária realizado nos dias 24 e 25 de abril, quando o BC dos Estados Unidos manteve sua meta para a taxa básica de juros inalterada entre zero e 0,25% ao ano. Antes, o Fed divulga o dado sobre a produção industrial e a taxa de utilização da capacidade instalada em abril.
No Brasil, hoje o Banco Central divulga os dados semanais do fluxo cambial, e o Centro de Economia Internacional do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresenta o Índice de Clima Econômico IFO/FGV na América Latina. O IBGE anuncia os resultados da pesquisa Estatística do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) 2010, que reúne informações cadastrais e econômicas de empresas.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Correção

Prezados Alunos,

Segue a correção para o guia de estudos, caso haja alguma dúvida.

Um bom final de semana,

Prof. Rafael


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domingo, 6 de maio de 2012

Brasileiros que foram tentar a vida longe da terra natal voltam para casa


Número de brasileiros que tinham se mudado para outros países e estavam fora há pelo menos cinco anos e que voltaram a morar no Brasil praticamente dobrou em 2010 na comparação com o censo do ano 2000.


Brasileiros que foram tentar a vida em outros estados e, principalmente, em outros países estão voltando para casa. Professor de história, o americano foi atraído pela oportunidade em uma escola que ensina em inglês aqui no Brasil. Charlie diz que sabia que o país é uma das potências econômicas em crescimento e que aqui pôde ver isso.
Na comparação do censo de 2010 com o de 2000, o número de estrangeiros que vieram para o Brasil aumentou 67,8%. Eles vieram, principalmente, dos Estados Unidos, Japão, Paraguai, Portugal e Bolívia.
Além de trabalho, a paraguaia Gloria Salina encontrou chances de ascensão profissional. Chegou a São Paulo como empregada doméstica, há dois anos e meio, e hoje é secretária administrativa.
“Gosto dos direitos trabalhistas do Brasil. Aqui tem muito mais que no Paraguai”, comenta.
A volta para casa também chamou a atenção. O número de brasileiros que tinham se mudado para outros países e estavam fora há pelo menos cinco anos e que voltaram a morar no Brasil praticamente dobrou em 2010 na comparação com o censo do ano 2000. Esse aumento, registrado pelo IBGE, foi de 98,7%.
Mineiro de Governador Valadares, o empresário André da Costa foi para os Estados Unidos em 1986. Levou a família e tinha empresas de construção lá. “Infelizmente, entre 2007 e 2008 a empresa começou a cair por causa da economia e eu tive que vir embora para o Brasil”, conta.
“Os Estados Unidos na década de 2000 eram o terceiro país que mais os imigrantes vinham. Então, no caso de 2010, isso mostra claramente que tem uma relação com a crise internacional”, avalia a demógrafa do IBGE Luciene Longo.
Crise lá fora, oportunidades aqui. Tiago Alves foi para a Inglaterra fazer pós-graduação e estava bem empregado, mas não resistiu ao convite para presidir uma empresa de tecnologia em Belo Horizonte.
“Esse desejo de criar nossos filhos na nossa cultura e voltar para o Brasil em uma condição de fazer, de ter um impacto, de fazer a diferença. É muito mais motivante fazer a diferença no nosso país”, diz o diretor executivo.
Motivos que também alteraram o mapa da migração dentro do Brasil. Houve uma desaceleração no número de brasileiros que se mudaram para o Sudeste: caiu 10% em São Paulo e 50% no Rio de Janeiro.
E a quantidade gente retornando aos estados de origem aumentou 7,5%. O Ceará foi um destaque. O estado registrou a maior proporção de retorno.
O eletricista Vicente Gomes de Moura foi um desses cearenses que decidiram voltar para a terra natal. “Meu sonho era quando eu me aposentasse vir embora para minha terra. Mas eu vim antes. Eu amo essa terra”, diz ele.

Brasil ocupa 84ª posição entre 187 países no IDH 2011


O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado nesta quarta-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de 0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos.
O país com mais alto IDH em 2011 é a Noruega, que alcançou a marca de 0,943. Os cinco primeiros colocados do ranking são, pela ordem, Noruega, Austrália, Holanda, Estados Unidos e Nova Zelândia. Segundo o Pnud, o pior IDH entre os países avaliados é o da República Democrática do Congo, com índice 0,286. Os cinco últimos são Chade, Moçambique, Burundi, Níger e República Democrática do Congo.

No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em 2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º lugar.
A metodologia usada pelo Pnud para definir o IDH passou por mudanças desde o relatório divulgado em novembro de 2010. O índice que se baseia em dados como a expectativa de vida, a escolaridade, a expectativa de escolaridade e a renda média mudou a fonte de alguns dos dados usados na comparação. A expectativa é ter os mais recentes dados comparáveis entre os diferentes países.
idh 2011 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Desenvolvimento humano elevadoO Pnud não soube indicar o que motivou a mudança de classificação do Brasil. Mas, analisando os indicadores avaliados – expectativa de vida, anos médios de escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta per capita – dois tiveram mudanças: expectativa de vida e renda nacional bruta.
O Brasil aparece entre os países considerados de "Desenvolvimento Humano Elevado", a segunda melhor categoria do ranking, que tem 47 países com "Desenvolvimento Humano Muito Elevado" (acima de IDH 0,793), além de 47 de "Desenvolvimento Humano Médio" (entre 0,522 e 0,698) e 46 de "Desenvolvimento Humano Baixo" (abaixo de 0,510).
De acordo com os dados usados no relatório, o rendimento anual dos brasileiros é de US$ 10.162, e a expectativa de vida, de 73,5 anos. A escolaridade é de 7,2 anos de estudo, e a expectativa de vida escolar é de 13,8 anos.
O cálculo de IDH alterou neste ano a fonte de informação sobre renda dos países. O dado agora passou a ser alinhado ao Relatório do Banco Mundial. O problema é que o dado dessa fonte é mais antigo (de 2005) do que o usado no relatório IDH de 2010 (que era de 2008). Os números foram ajustados e a comparação possível é que passamos de uma renda nacional bruta per capita de US$ 9.812 , em 2010, para US$ 10.162  em 2011.
No material divulgado pelo Pnud é possível comparar as tendências do IDH de todos os países por índice e por valor total desde 1980. O destaque no caso brasileiro é para a renda, que aumentou 40% no período. No mesmo tempo, a expectativa de vida aumentou em 11 anos; a média de anos de escolaridade aumentou em 4,6 anos, mas o tempo esperado de escolaridade diminuiu.
Novos índices
Além do valor usado tradicionalmente para indicar o desenvolvimento humano de cada país, o relatório deste ano apresenta novos índices: IDH Ajustado à Desigualdade, Índice de Desigualdade de Gênero e Índice de Pobreza Multidimensional.
O IDH ajustado à desigualdade faz um retrato mais real do desenvolvimento do país, ajustando às realidades de cada um deles. Com isso, o IDH tradicional passa a ser visto como um desenvolvimento potencial. Levando a desigualdade em conta, o Brasil perde, em 2011, 27,7% do seu IDH tradicional. O componente renda (dentre renda, expectativa de vida e educação) é que mais influi nesse percentual.
No índice de desigualdade de gênero, o Brasil fica em patamar intermediário quando comparado com os BRICS. O índice brasileiro é de 0,449. Rússia tem 0,338; China, 0,209; África do Sul, 0,490% e Índia, 0,617.
Já o Índice de Pobreza Multidimensional é uma forma nova, mais ampla, de verificar quem vive com dificuldades. No lugar da referência do Banco Mundial, que considera que está abaixo da linha de pobreza quem ganha menos de US$ 1,15 por dia, o novo índice aponta privações em educação, saúde e padrão de vida.
Segundo o Pnud o índice pode não ser tão importante para a situação do Brasil quanto para a de países da África, pois, no Brasil, quem tem renda pode ter o acesso facilitado à qualidade de vida. Em alguns países, porém, esse acesso não depende exclusivamente de recursos financeiros (às vezes, o país tem infraestrutura precária demais, por exemplo).
Essa nova medida é uma forma interessante de avaliar as políticas de transferência de renda e verificar se essas ações realmente estão mudando a vida da população mais necessitada.
 

UE suspende maior parte das sanções contra Mianmar


A União Europeia (UE) concordou nesta segunda-feira (23) em suspender a maior parte das sanções contra Mianmar por um ano, em reconhecimento pelas reformas democráticas adotadas pelo governo após 50 anos de regime militar, diplomatas do bloco afirmaram.
Espera-se que a suspensão, que não se aplica a um embargo de armas à parte, entre em vigor no final da semana. Com isso, companhias europeias poderão investir em Mianmar, que possui quantidades significativas de recursos naturais e é vizinho da China e Índia.
A medida de UE reconhece uma mudança no ambiente político de Mianmar, que presenciou a eleição da líder veterana pró-democracia Aung San Suu Kyi ao Parlamento e a suspensão de uma série de medidas repressivas.
Membros do Parlamento participam de sessão em Naypyitaw, Mianmar, nesta segunda (23) (Foto: Soe Zeya Tun/Reuters)Membros do Parlamento participam de sessão em Naypyitaw, Mianmar, nesta segunda (23) (Foto: Soe Zeya Tun/Reuters)
Ao decidirem suspender as sanções ao invés de revogá-las por completo, governos da UE estão agindo de forma cautelosa para pressionarem o partido do governo, apoiado pelo Exército, para manter o ritmo de mudança.
"O presidente Thein Sein deu passos importantes em direção à reforma na Birmânia, e é correto que o mundo responda a eles", afirmou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, em uma declaração após a decisão de União Europeia. "Mas estas mudanças ainda não são irreversíveis, e por isso é certo suspender e não revogar as sanções por completo."
As medidas de UE têm como alvo quase mil firmas e instituições, incluindo o congelamento de bens e proibição de vistos, que afetaram quase 500 pessoas. As sanções também proibiam assistência a assuntos técnicos relacionados a questões militares e baniam investimentos na área de mineração, madeira e metais preciosos.

Em 50 anos, percentual de idosos mais que dobra no Brasil

Em 1960, 3,3 milhões tinham mais de 60 anos; em 2010, eram 20,5 milhões.

Info pirâmides etárias (Foto: arte/G1)
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Ao longo dos últimos 50 anos, a população brasileira quase triplicou: passou de 70 milhões, em 1960, para 190,7 milhões, em 2010. O crescimento do número de idosos, no entanto, foi ainda maior. Em 1960, 3,3 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais e representavam 4,7% da população. Em 2000, 14,5 milhões, ou 8,5% dos brasileiros, estavam nessa faixa etária. Na última década, o salto foi grande, e em 2010 a representação passou para 10,8% da população (20,5 milhões).
A comparação feita pelo G1 se baseia nos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1960, de 2000 e de 2010.
O envelhecimento da população é uma tendência tão evidente que até mesmo os critérios do IBGE mudaram. Em 1960, todas as pessoas com 70 anos ou mais eram colocadas na mesma categoria. Já nas pirâmides etárias de 2000 e 2010, as faixas etárias foram separadas a partir dos 70 de cinco em cinco anos até os 100 (no gráfico abaixo, os dados foram somados para que pudesse haver a comparação entre os três períodos).
"O Brasil ainda é um país com a maioria da população jovem, ainda temos elevado percentual de jovens no mercado de trabalho, mas temos que nos preparar para o envelhecimento da população, principalmente em relação à pressão sobre a Previdência. Entre as iniciativas válidas está a de apoiar a implementação de recursos com Previdência complementar. Precisamos pensar e criar mecanismos que tornem o sistema mais sustentável", diz Bárbara Cobo, pesquisadora de indicadores sociais do IBGE.
Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concorda. "O país está se preparando para esse futuro, mas ainda há muito a ser feito", diz.
Recentemente, o Congresso aprovou umnovo fundo complementar para o servidor público federal com o objetivo de reduzir o déficit da Previdência. O projeto ainda precisa ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff. Há outro projeto em discussão no Congressopara mudar o fator previdenciário, instrumento que visa reduzir o valor do benefício de quem se aposenta antes dos 65 anos, no caso de homens, ou 60, no caso das mulheres. Esse projeto pode aumentar os gastos do governo e, por conta disso, uma proposta que extinguiu o fator foi vetada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um dos indicadores da mudança na pirâmide etária é a queda da taxa de fecundidade, publicada na última sexta-feira (27), entre outros dados do Censo Demográfico 2010. A queda tem feito com que o gráfico que separa os habitantes por idade fique cada vez menos triangular. Censo após censo, ele fica mais volumoso na parte central, que representa a população adulta, e começa a diminuir na base, onde ficam os mais novos.
Segundo Bárbara, a maioria da população idosa do país está concentrada próxima a áreas urbanas. "São regiões com maior disponibilidade de serviços médicos qualificados e também uma rede social com atividades de lazer, culturais e religiosas que permitem maior envolvimento dessa faixa etária na sociedade", diz.
O envelhecimento da população é uma tendência e grande parte dos países desenvolvidos já chegou nessa etapa"
Bárbara Cobo, pesquisadora do IBGE
"O envelhecimento da população é uma tendência e grande parte dos países desenvolvidos já chegou nessa etapa, decorrentes do maior desenvolvimento social e do aumento da expectativa de vida. Isso é fruto do avanço da medicina, de melhorias nas condições de saneamento nas cidades, da diminuição da taxa de fecundidade, dentre outros fatores", diz Bárbara Cobo, do IBGE.
Em 2010, cada brasileira tinha em média 1,9 filho. Foi a primeira vez que o número ficou abaixo do chamado nível de reposição – 2,1 por mulher –, que garante a reposição das gerações. Em outras palavras, a manutenção dessa tendência deve provocar a redução da população brasileira no futuro.
O número caiu 20,1% ao longo da última década. Em 2000, cada mulher tinha em média 2,38 filhos. Há 50 anos, a taxa de fecundidade era de 6,3 filhos por mulher - mais que o triplo do que é hoje.
"Nos próximos 30, 40 anos, essa tendência de envelhecimento da população brasileira é praticamente irreversível, a menos que a fecundidade volte a aumentar e a aumentar muito", acredita a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Ipea. "Isso ocorre porque a taxa de fecundidade caiu muito desde os anos 90 e a taxa de mortalidade nas idades avançadas também diminuiu", explica.
Isso ocorre porque a taxa de fecundidade caiu muito desde os anos 90 e a taxa de mortalidade nas idades avançadas também diminuiu"
Ana Amélia Camarano, do Ipea
"Alguns países com aumento da população idosa começaram a criar políticas públicas de incentivo para as mulheres terem mais filhos. O ideal, para repor a população do país, seria que cada mulher tivesse dois filhos", aponta Bárbara.
Dados
Apesar do crescimento absoluto de mais de 20 milhões de pessoas entre 2000 e 2010, a quantidade de crianças diminuiu. Em 2000, 32,9 milhões de brasileiros tinham menos de 10 anos; em 2010, o número caiu para 28,7 milhões.
Dentre as faixas etárias separadas pelo IBGE, a mais povoada em 2010 era a que fica entre os 20 e os 24 anos – 17,2 milhões (9%) de brasileiros têm essas idades. Em 2000, a maior concentração era na faixa etária imediatamente abaixo – 17,9 milhões (10,6%) tinham entre 15 e 19 anos de idade. Há 50 anos, as crianças pequenas eram a parcela mais significativa da população – 11,1 milhões (15,8%) tinham entre 0 e 4 anos.
Mães mais velhas
Com os novos padrões, mudam também os hábitos. Os dados divulgados na sexta-feira mostram que a tendência é que as mulheres tenham filhos cada vez mais tarde. Em dez anos, aumentou o percentual de mulheres que se tornaram mães depois dos 30 anos. Em 2000, elas representavam 27,6% do total; em 2010, já eram 31,3%.
Enquanto isso, houve queda entre as mais novas. Os grupos de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos de idade, que tinham respectivamente 18,8% e 29,3% das mães em 2000, passaram a concentrar 17,7% e 27,0% do total em 2010.

Para Bárbara Cobo, o fato de as mulheres deixarem para ter filhos mais velhas não tem relação direta com o aumento da população idosa. "Não acho que a mulher pensa que, já que as pessoas estão vivendo mais, vou deixar para ter um filho mais tarde. A tendência decorre do avanço da mulher no mercado de trabalho e da implementação dos métodos anticoncepcionais desde a década de 70, que muitas vezes gera uma mudança de comportamento da mulher, que se preocupa em consolidar uma carreira estável primeiro."